5 dilemas para Amorim
Como seria de esperar, a chegada de Ruben Amorim ao Manchester United gerou uma enorme expectativa. Conhecido pelo seu estilo de jogo inovador e pela capacidade de gerir grupos de trabalho, o técnico português enfrentará desafios significativos ao assumir os destinos de um dos maiores clubes do mundo, numa altura em que o United está longe dos seus melhores dias.
Na sua estreia como treinador dos "Red Devils", o empate a um golo frente ao modesto Ipswich Town, numa partida a contar para a 12ª jornada da Premier League, serviu para ilustrar a profundidade dos problemas que Amorim terá de resolver. Apesar de algum domínio territorial e uma ideia de jogo já visível em alguns momentos, o United mostrou-se incapaz de transformar posse de bola em eficácia ofensiva.
Eis os cinco dilemas que Ruben Amorim enfrenta na sua nova missão:
1. Uma defesa vulnerável
O setor defensivo do Manchester United tem sido motivo de críticas há várias épocas. Apesar de nomes como De Ligt e Lisandro Martínez, a falta de consistência é evidente. No jogo com o Ipswich, a equipa voltou a conceder um golo evitável, fruto de um erro de marcação. Amorim terá de decidir se aposta na reestruturação tática ou em reforços para janeiro.
2. A criatividade no meio-campo
Embora o United conte com jogadores talentosos no meio-campo, como Bruno Fernandes e Casemiro, a ligação entre setores tem falhado. Frente ao Ipswich, a falta de fluidez ofensiva foi gritante. Ruben Amorim, que na sua passagem pelo Sporting potenciou médios como Matheus Nunes e Palhinha, terá de encontrar soluções para devolver equilíbrio e criatividade à equipa.
3. A dependência de Rashford
Marcus Rashford continua a ser a principal referência ofensiva do United, mas a equipa não pode depender exclusivamente dele para marcar golos. Contra o Ipswich, foi evidente a falta de alternativas no ataque. Caberá a Amorim diversificar as opções ofensivas e devolver confiança a jogadores como Garnacho e Højlund.
4. A pressão dos adeptos e da imprensa
Treinar o Manchester United significa estar sob os holofotes constantemente. Amorim, que brilhou num contexto diferente em Portugal, terá de se adaptar à pressão mediática de um clube com uma base de adeptos global e exigente.
5. A identidade de jogo
Ruben Amorim é conhecido pelo seu sistema 3-4-3, mas implementar essa filosofia num clube como o United, com jogadores habituados a outros esquemas, não será fácil. A equipa deu sinais de incerteza tática no jogo de estreia, alternando entre momentos de pressão alta e recuos inexplicáveis. Amorim terá de encontrar um equilíbrio entre a sua visão de jogo e as características do plantel.
A estreia de Ruben Amorim no Manchester United não foi a desejada, mas é prematuro fazer julgamentos definitivos. O técnico português herda uma equipa cheia de problemas, mas também de potencial. A sua capacidade de resolver os cinco dilemas mencionados determinará se o United pode voltar a ser uma potência no futebol mundial.