Nesta edição do Campeonato do Mundo, sabíamos que seria a “última dança”, de Lionel Messi em Mundiais. Estava escrito. Como em qualquer roteiro de cinema, procurávamos desde cedo enquadrar o protagonista na história. Messi era um homem em missão. Tinha a braços a missão de conquistar, o terceiro título de campeão mundial da Alviceleste.
Os 26 convocados de Scaloni, formaram uma “mescla” de jovens prodígios e de velhas glórias do passado. À experiência de Otamendi, Di Maria e Lionel Messi, juntaram-se novos valores como Enzo Fernández (melhor jogador jovem do Mundial) e Julián Álvarez, ambos formados no River Plate.
Nem tudo foi fácil no percurso até à final. Na estreia diante a Arábia Saudita, a Argentina caiu com estrondo. A inesperada derrota por 2-1, trouxe de volta os “demônios” de 2014. Scaloni manteve-se alheio às críticas e foi mudando algumas peças do onze inicial, durante a fase de grupos, até encontrar o seu esquema final. Após vencer o México e Polónia, a Seleção Argentina estava nos Oitavos-de-Final da competição. O próximo adversário seria a Austrália.
Messi agigantou-se na fase a eliminar. Diante a Austrália, marcou na vitória por 2-1, contra os Países Baixos, num jogo resolvido no desempate por grandes penalidades, marcou e deu a marcar e diante a Croácia, ajudou a seleção a marcar uma posição de forte candidata ao título. 3-0 foi o resultado final, Messi repetiu a dose e novamente marcou e assistiu Àlvarez para golo.
O destino ditou uma final entre Argentina e França. A França liderada por Kylian Mbappé (melhor marcador da competição), procurava igualmente o terceiro título Mundial. Realizou-se a melhor final das últimas décadas. Numa final pautada pela excelente entrada da Argentina, Messi cobra sublimente uma grande penalidade aos 23’ minutos e aos 36’ minutos, Di Maria marca o 2-0. A conquista parecia cada vez mais certa.
A partir da hora de jogo, a Argentina começa a quebrar fisicamente. Denota-se um natural cansaço em De Paul e Mac Allister. A Seleção Francesa acaba mesmo por chegar ao empate, a cerca de dez minutos do fim da partida. Após dois golos marcados de forma desenfreada, pelo inevitável Mbappé, o jogo seguia para prolongamento.
No prolongamento a França entra melhor, mas acaba por ser novamente a Argentina a colocar-se em vantagem por Lionel Messi, após receber uma bola no centro da área e finalizar rasteiro, ainda com a oposição de um defesa francês, porém cortando a bola já dentro da baliza de Llrois. Quando todos pensavam que finalmente o jogo estava resolvido, Mbappé concretiza o hat-trick e salva a Seleção Francesa da derrota no prolongamento, com a concretização de mais uma grande penalidade, após mão na bola dentro da área Argentina. O jogo seria resolvido na marcação de grandes penalidades.
Ditou o sorteio, que a Argentina marcaria as grandes penalidades, voltada para a bancada dos adeptos Alvicelestes. Os Franceses seriam os primeiros a marcar, na lotaria das grandes penalidades. Após Kingsley Coman e Aurélien Tchouaméni falharem as grandes penalidades, Gonzalo Montiel cobrou eficazmente a grande penalidade, mais importante da história da Argentina. A Argentina era novamente Campeã do Mundo, 36 anos volvidos.
A imagem da noite: Messi e a Taça de Campeão do Mundo.
Estava escrito, como em qualquer roteiro de cinema. Na “última da dança” da pulga, nenhum outro homem na face da terra, merecia tamanha glória. Como Maradona em outros tempos, Messi é outro “Pibe” imortal.