Gênio da Grande Área
Romário marcou a década de 90. O "Baixinho" como ficou carinhosamente conhecido, era um génio dentro da grande área.
Romário de Souza Faria, nasceu a 29 de Janeiro de 1966. Nos primeiros anos da sua infância, morou no bairro do Jacarezinho, na zona norte do município do Rio de Janeiro, mais tarde mudou-se para Vila da Penha, no norte do estado carioca. Por lá jogou na equipa do Estrelinha, fundada pelo seu pai, que serviu de forma para o incentivar à prática de exercício físico. Foi no alcatrão e no futebol de salão, que deu os primeiros toques numa bola, mais tarde derivou para o futebol de 11.
Foi aos 13 de idade, que estreou-se nos relvados. Atuando pelo Olária, jogou diante o América no campo da rua Bariri. O “pequenino” Romário, foi a figura da partida do Campeonato Carioca infantil, ao marcar três golos na vitória por 5-1. Trinta anos depois do seu primeiro contacto com o golo, Romário retirou-se após viver tudo o que o futebol, pode oferecer de melhor: o golo, a vitória, o festejo, a emoção e a glória. A 14 de Abril de 2008, com 42 anos de idade, Romário decidiu pôr um ponto final na sua carreira profissional.
O ponto mais alto da carreira de Romário, foi sem sombra de dúvidas, a vitória no Campeonato do Mundo de 1994, numa final dramática diante a Itália de Roberto Baggio, que coroou o “Rei do Golo” como o melhor jogador do mundo. Por essa altura, Romário já era uma lenda viva do desporto rei. Atuando no Flamengo, já havia brilhado nos Países Baixos e Espanha, com particular destaque na passagem pelo PSV Eindhoven: 3x Eredivisie, 3x Taças dos Países Baixos e 2x Supertaças. A juntar ao fantástico palmarés, durante as cinco temporadas em que envergou as cores do clube de Eindhoven, alcançou a incrível marca de 128 golos marcados.
A fama que perseguiu Romário foi imediata. Baixinho, de toque rápido e “ginga” inquietante, ficou conhecido como o “Génio da Grande Área”, por conta da facilidade em antecipar movimentos, rodar e finalizar de que jeito fosse, nem que para isso tivesse de rematar de “bico”, outra característica que marcou vincadamente o seu estilo de jogo e a panóplia de recursos técnicos do astro brasileiro. A sua forma de jogar e coabitar entre os defesas contrários, inspirou outros tantos jogadores, a conseguir jogar no centro do ataque, embora tivessem uma desvantagem considerável em termos de fisionomia. Tal como aprenderá no alcatrão, Romário sabia que o futebol deve-se jogar pelo chão, com toques rápidos e certeiros, na busca incisiva pelo espaço que abre as portas ao golo. Tal como dizia Johan Cruyff (Ex-jogador neerlandês e treinador de Romário no Barcelona): “O futebol é um jogo que se joga com o cérebro. Os jogadores devem estar no lugar certo, no momento certo. Nem muito antes, nem muito depois”. Romário mais do que marcar, sabia os tempos do jogo. Sabia quando devia aparecer, quando devia ludibriar e quando era o momento certo para atacar o espaço. O golo era somente uma consequência, de todo o trabalho previamente realizado.
O “baixinho” representou nove clubes diferentes na sua carreira. Atuou em cinco continentes, foi o melhor marcador do Brasileirão, La Liga, Eredivisie, Liga dos Campeões, Copa do Brasil, KNVB Beker e dos Jogos Olímpicos de 1988 em Seul, Coreia do Sul. Com 772 golos marcados na sua carreira, firmou um marco importante na história do jogo, no que respeita à movimentação numa área restrita, onde o espaço com o passar das décadas foi ficando cada vez menor.