Estar em guerra é sinónimo de violência e morte. Nenhuma guerra chega a um período de cessar fogo ou tréguas, sem que pelo meio exista um número inimaginável de vítimas. A trégua é vista como um momento simbólico de paz e humanidade, apesar do contexto catastrófico.
Durante a Primeira Guerra Mundial, na véspera de Natal e no Dia de Natal, inúmeros soldados de ambos os lados aventuraram-se na "terra de ninguém", onde encontraram-se, trocaram alimentos e presentes, e entoaram cantos natalícios ao longo de diversos encontros. As tropas de ambos os lados, também foram amigáveis o suficiente, para jogarem partidas de futebol.
O único jogo documentado, regista uma vitória de 3x2, a favor de uma equipa de alemães. Após este “improvável” encontro, foram escritas inúmeras cartas por soldados alemães e ingleses para as suas famílias. Estas cartas registam a emoção do momento. Impensável será pensar, que acabaram por jogar diante os homens que dias antes tentavam matar.
Soldados alemães e ingleses, disputam energeticamente a posse de bola.
A forma espontânea como eram organizadas as partidas, revelava que o futebol estava emergente na Europa. O início do Século XX é descrito por guerras marcantes, mas também pela evolução do desporto, o interesse pelo jogo e a prática regular do mesmo.
Da mesma forma que estas tréguas começaram, acabariam por terminar por mútuo acordo. O desfecho destes eventos, causou surpresa em mais de cem mil soldados, que haviam participado nos diversos jogos que “suspenderam” a guerra e priorizaram a confraternização entre adversários. As metralhadoras voltariam a disparar, as granadas a explodir e as vítimas a aumentar de dia para dia.
A vida é como um jogo de futebol, cada lance pode definir a nossa trajetória. O futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende. Trata-se do ópio do povo e o narcotráfico da mídia. Se todas as batalhas ocorressem apenas nos campos de futebol, quão belas seriam as guerras.